2020 está a dias de distância, e a década que está
prestes a encerrar-se não só me trouxe dos maiores desafios da minha vida, como
me deu igualmente lições importantes. Correndo o risco de parecer uma subespécie de livro de auto ajuda, mas sem intenção de me insinuar como um, aqui sumarizo algumas das lições pessoais que recebi, e que deixo,
na primeira pessoa, aos leitores que aqui me seguem.
1. A tua conta bancária ou atributos físicos nada
dizem sobre o teu carácter. Não há nada inerentemente moral sobre se tens
dinheiro ou não, se fazes desporto ou não, aquilo que comes ou deixas de comer.
2. A única coisa que realmente importa é a pureza
do teu coração. Podes achar que as pessoas vêem as tuas posses, o teu corpo, o
teu rosto, mas aquilo que realmente vêem é o modo como tratas as pessoas. Isso vai ser sempre tudo aquilo por que os outros se vão lembrar de ti. Ninguém se
interessa pelo teu nível de
habilitações, pelas tuas roupas, que carro conduzes ou que mala de luxo trazes
ao ombro tanto como pelo modo como tratas o Próximo. Isso é o que diz tudo sobre ti.
3. Para mudarmos o mundo aos poucos é preciso que
todos os dias lutemos por ser a razão pela qual os outros não perdem a fé no
Bem das pessoas. Usa as tuas palavras para curar, não para provocar mais
feridas. Sê a história de alguém que a vai repetir quando perder a fé no Mundo. Lidar com crianças no dia-a-dia fez-me perceber isto mais do que em qualquer outra situação.
4. Nem toda a gente tem de almejar ser doutor ou engenheiro
(ou qualquer outra carreira falsamente rotulada pela sociedade de “bem-sucedida” ou de “bem-paga”). As pessoas podem ser felizes seguindo caminhos menos aplaudidos
sem serem necessariamente umas preguiçosas ou umas falhadas. E ganharem tanto
ou mais do que um médico. E serem tão ou mais felizes.
5. Há coisas na vida que faremos meramente por dinheiro.
Outras que faremos porque simplesmente o coração nos pede. Não é sempre necessário
que ganhes dinheiro a fazer algo de que gostas. Às vezes a compensação
monetária por um trabalho que nos alegra o coração acaba muitas vezes por dar
cabo dele.
6. A única maneira de se ser verdadeiramente feliz
é tapar os ouvidos ao que o mundo diz e ouvir os teus próprios desejos. O mundo e a sociedade acham que te podem ensinar um caminho para a felicidade e conseguirem fazer-te
chegar ao fim desse mesmo caminho num estado miserável, abatido e frustrado. Abre o teu próprio caminho. Mesmo que sozinho.
7. Tu não tens direito ao amor de uma pessoa. Isso tem
que ser merecido. É preciso dar, dar, dar amor sem pensar que se tem o direito
de o ter de volta. É necessário sim, escolher a pessoa que to dá na mesma
quantidade, sem te fazer sentir que estás sempre a pedir demais. Mereces,
contudo, o teu próprio amor. Mereces dar a ti próprio felicidade e alegria,
seja de que forma isso se materialize para ti.
8. O amor é uma escolha consciente que fazes todos
os dias à pessoa com quem estás. Às vezes é fácil fazer essa escolha. Outros
dias não é. Aquilo que define uma relação é aquilo que fazes nos dias em que
essa escolha é difícil.
9. Não podes estar grato apenas pelas coisas que
consideras positivas. Tens de estar igualmente grato pela tristeza, dor e
momentos de desespero, e pelo quão forte te tornaste à custa deles. Há lições a
serem tiradas por todos esses momentos; sê grato por tudo aquilo que te trouxeram,
seja de que forma se tenha manifestado.
10. Não esperes pelo fim de semana. Se és incapaz
de encontrar alegria nos outros cinco dias da semana, algo precisa de mudar
rapidamente. Não esperes para mudar a tua vida. Muda as tuas circunstâncias ou
muda a maneira de pensar sobre as tuas circunstâncias. Mesmo que nem sempre
seja fácil, persegue a alegria todos os dias, nas pequenas e grandes coisas. Não faças disso um plano para pôr em prática apenas nas passagens de ano.
Feliz 2020!